Retrospectiva 2017: Angosat-1 o maior destaque tecnológico
AngolaOnline - 08-01-2018

Luanda - O lançamento em órbita do primeiro satélite de telecomunicações angolano Angosat-1, despoletando acaloradas opiniões entre os angolanos, foi de longe o principal feito tecnológico em Angola em 20017, senão mesmo de toda a sua existência como país. , (Leopoldino Pertence)

Este acontecimento é relevante em função das suas implicações, na maior delas positivas, tais como a perspectiva da enorme rentabilidade para cobrir e dobrar os 320 milhões de dólares empenhados.

Seguem-se todos os benefícios sociais que o Angosat há-de trazer: Qualidade e preços justos nas comunicações, cobertura das operadoras de qualquer parte do país e um "salto" na evolução tecnológica a qualquer nível.

Realçam-se aqueles 20 por cento reservados a assuntos estratégicos do estado, dos quais 10 por cento para a defesa e segurança e restantes para as questões sociais como educação e saúde.

Ao contrário do que se ouve, a saúde é uma das áreas que vai ganhar com a execução plena do satélite, uma vez que permite a telemedicina (inclui apoio à cirurgia à distancia, opinião especializada em tempo real) e posologia (indicação de antídotos e dosagem à distância em relação a envenenamentos e consulta médica a fármacos),   

Há no meio de todos estes aspectos valorativos, outro que é o fundamental: a transferência do conhecimento da tecnologia espacial, nomeadamente russo, para especialistas angolanos que o transformarão em massa crítica.

Tirando estas especificações, objectivamente o Angosat vai garantir uma cobertura de 100 por cento do milhão 247 mil quilómetros quadrados de Angola, superando as lacunas do cabo de fibra óptica e das incontáveis antenas repetidoras pelo país.

O Angosat1, lançado a 26 de Dezembro último, às 20 horas de Angola, através do foguete transportador ucraniano Zenit, a partir do cosmódromo Baikonur, no Cazaquistão, é para os angolanos o ponto zero da conquista espacial e o orgulho das TIC que vai revolucionar os mais variados sectores do país.

O astro artificial, que se encontra na posição orbital 14.5 E, onde permanecerá por 15 anos úteis, terá mais ou menos dois a três meses de testes. Findo este período, o equipamento estará apto para servir África e parte da Europa, já que o seu sinal ilumina desde a África do Sul a Espanha (um terço do globo terrestre).

O Angosat-1, construído na Rússia, com mil 55 quilogramas, dos quais apenas 262.4 são de carga útil, tem uma potência de três mil e 753 W, na banda CKu, com 16C+6Ku repetidores. Localizado a 36 mil quilómetros acima do nível da água do mar.

Houve também, em 2017, os 20 mil quilómetros de fibra óptica estendidos pelo país, assim como o processo, em curso, da ligação por cabo submarino (SADCS), de África e América que regista uma execução de 46 por cento.

Actualmente, estão estendidos mais de seis mil 200 quilómetros de rede do SACS no Atlântico Sul. O SACS vai conectar Luanda à cidade brasileira de Fortaleza, ligando directamente o continente africano à América Latina, pela primeira vez, tornando possíveis as transmissões internacionais de dados em grandes volumes e a alta velocidade entre estes dois pontos do globo.

 Sobre as melhorias das infra-estruturas, a plataforma Angonix registou maior pico de tráfego de 5.2 gbps de internet no país, através do "Internet Exchange Point (IXP) gerida pela Angola Cables".

O pico no tráfego foi de 5.2 gbps, num domingo, ao contrário dos dias úteis em que o valor variou entre os 1.3 g aos 2.6 g, motivado pelas ofertas locais de operadores de fibra ao domicílio.

Com os investimentos de ponta no sector das TIC, o executivo através do Instituto Nacional de Fomento da Sociedade da Informação (INFOSI), começou a preparar os angolanos para as aplicações da internet das coisas para simplificar cadeias de produção e melhorar o conhecimento, bem como gerir o dia-a-dia dos utentes.

Em finais de 2017, o governo angolano lançou um concurso público internacional de telecomunicações, incluindo a rede fixa, móvel e de televisão por subscrição.

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